Como é feito o diagnóstico do câncer de cólon?
Postado em: 07/06/2023
O Câncer de Cólon e Reto (ou colorretal) é o segundo mais frequente entre as mulheres e o terceiro mais comum entre os homens no Brasil, o mais incidente é o tumor de pele não melanoma.
O intestino grosso é a parte final do tubo digestivo, entre o intestino delgado e o ânus, e é dividido em cólon e reto.
O câncer de cólon está associado a maus hábitos alimentares e, por isso, uma alimentação saudável pode minimizar as chances de desenvolver um câncer. Entre suas principais causas, está uma dieta rica em carnes vermelhas e gorduras e pobre em fibras (verduras, legumes e frutas), porém, seu desenvolvimento é lento e, além disso, pode ser rastreado, descoberto precocemente por colonoscopias periódicas. Em seus estágios iniciais, o câncer de cólon apresenta 90% de chance de cura.
Esse câncer, chamado de adenocarcinoma, tem origem na mucosa, que reveste o intestino, e pode levar anos para se formar. A maioria dos carcinomas de cólon são encontrados em pequenas lesões (pólipos adenomatosos) e, apesar de benignas, demandam atenção. É, por isso, que os pólipos removidos durante uma colonoscopia são habitualmente enviados para biópsia.
O câncer de reto tem características muito semelhantes às do câncer de cólon: ele começa nas células de revestimento e, na maioria das vezes (90% dos casos), é um adenocarcinoma, que se origina como um pólipo e não costuma apresentar sintomas em seus estágios iniciais.
Sinais e sintomas
Em geral, o câncer de cólon não apresenta sintomas em seus estágios iniciais, mas, à medida que progride, pode causar sangramentos e obstruções intestinais. Outras manifestações comuns são:
• Presença de sangue nas fezes;
• Dores abdominais;
• Dores ao evacuar;
• Mudança injustificada de hábito intestinal (diarreia ou prisão de ventre que não passam);
• Afinamento das fezes;
• Sensação de empachamento;
• Perda de peso inexplicável.
Como identificá-lo?
Imunoquímico fecal (FIT)
O teste imunoquímico fecal (do inglês fecal immunochemical test, FIT) é um exame simples e não invasivo para pacientes que apresentam aos seus médicos sintomas relacionados ao câncer de intestino. É um teste de fezes que pode detectar de forma confiável quantidades pequenas de sangue humano nas fezes que nem sempre são visíveis a olho nu. A maioria dos cânceres intestinais sangra em graus variados no cólon e se mistura com as fezes.
Para esse exame, a pessoa coleta amostras com um kit caseiro. Se for detectado sangue, outros exames serão necessários para determinar a fonte.
DNA das fezes
Este teste analisa as seções anômalas do DNA das células do câncer ou do pólipo. As células de câncer colorretal contêm mutações no DNA em determinados genes.
Coleta das amostras. O kit contém um recipiente para a amostra, um suporte para segurar o recipiente no vaso sanitário, um frasco de conservante líquido, um tubo, etiquetas e uma caixa para devolução; além de instruções detalhadas sobre como coletar a amostra.
Esses testes examinam o interior do cólon e do reto em busca de áreas anormais que possam ser câncer ou pólipos. Esses testes podem ser realizados com menos frequência do que os exames de fezes, mas exigem preparação com antecedência.
Colonoscopia
O exame que rastreia e diagnostica o câncer do cólon e reto é a colonoscopia, que deve ser realizada a partir dos 45 anos (ou antes disso em pessoas que possuem histórico familiar) como forma de prevenção.
Neste exame, é observada toda a extensão do cólon e do reto com um colonoscópio, que tem uma câmera de vídeo na extremidade e está conectado a um monitor para visualização do interior do cólon.
O colonoscópio permite a introdução de instrumentos especiais para a remoção (biópsia) de áreas de aspecto suspeito, como pólipos. A colonoscopia pode ser realizada em ambulatório, clínica ou em consultório médico, e dura cerca de 30 a 40 minutos.
Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês São Paulo, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.
Leia também:
Dr. Marcelo Cruz fala da doença de Rita Lee no SBT