Câncer nos brônquios: quais são os sintomas?
Postado em: 21/08/2023
Assim como em muitas doenças, o diagnóstico precoce do Câncer de Pulmão é fundamental para um tratamento bem-sucedido. No entanto, os sintomas não costumam aparecer nas fases iniciais, o que dificulta a descoberta e é um dos motivos de 75% dos casos serem diagnosticados apenas em estágios avançados.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são diagnosticados cerca de 31 mil casos de câncer de pulmão e uma média de 27 mil mortes pela doença são registradas por ano no Brasil.
Conforme o tumor avança, os sinais que costumam surgir são tosse prolongada, perda de peso repentino, dor no tórax, presença de sangue na expectoração (expulsão de catarro proveniente da traqueia, brônquios e pulmões por meio da tosse), falta de ar e cansaço fácil.
O câncer de pulmão caracteriza-se pela multiplicação desordenada de células do órgão. Na maioria das vezes, são células que fazem parte do revestimento dos brônquios e dos alvéolos com crescimento anormal que passam a causar a formação de uma massa, como também a invasão de estruturas locais.
Além disso, com o desprendimento dessas células através da corrente sanguínea, existe a possibilidade do avanço do tumor para outros órgãos, quando acontece a chamada metástase.
O câncer de pulmão é dividido em dois grandes grupos, o de células pequenas e o de células não pequenas. O segundo tipo é o mais comum e corresponde a cerca de 90% dos casos. Dentro desta categoria mais recorrente existem outros subtipos, o adenocarcinoma e o carcinoma de células escamosas são mais frequentes, respectivamente.
Câncer de pulmão: 3 sintomas menos comuns
Existem outros três sintomas que são pouco conhecidos, mas que também estão associados ao câncer de pulmão e demandam atenção caso apareçam:
- Rouquidão;
- Surgimento de novos sibilos pulmonares (chiado);
- Infecções respiratórias, pneumonias ou crises de bronquite recorrentes.
Como diagnosticar o câncer de pulmão?
A principal medida para descobrir a doença nos primeiros estágios é manter a rotina de exames em dia, ainda mais se você se expõe a algum fator de risco como fumar, por exemplo. Se você ainda não faz um acompanhamento médico, o surgimento de queixas respiratórias prolongadas ou que impactam muito na qualidade de vida devem ser sinais de alerta para buscar um médico oncologista.
O diagnóstico também pode ser antecipado através do rastreamento da doença. Nessas estratégias são realizados exames em pessoas com fatores de risco ainda antes da manifestação dos sintomas. Pessoas com mais de 50 anos que fumam ou já fumaram em algum momento da vida são as mais indicadas para fazer o rastreamento do câncer de pulmão.
Os passos até a confirmação da existência da doença começam sempre com uma suspeita clínica ou com o rastreamento e segue com um exame de tomografia de tórax, onde é avaliada a presença de qualquer anormalidade.
Se constatada qualquer tipo de massa irregular, o tecido precisa passar por uma biópsia para confirmar o câncer de pulmão e identificar seus tipos e subtipos. Nas etapas seguintes são feitos exames que avaliam o estadiamento para determinar a localização e a extensão do tumor presente no corpo de uma pessoa.
Tratamento
As chances de cura e tempo de sobrevida variam muito de acordo com o tipo e subtipo do tumor e conforme o estágio que é diagnosticado. Doenças descobertas no início podem ter até 90% de sobrevida, mas em qualquer momento da descoberta existem opções de tratamento.
Cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia ou a combinação de alguns desses tratamentos podem ser indicados para o paciente. A definição dos recursos terapêuticos que serão utilizados é feita após a avaliação de uma equipe multidisciplinar de diferentes especialidades.
Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês São Paulo, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.
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