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Imunoterapia efeitos colaterais: O que esperar?

Postado em: 08/02/2024

A Imunoterapia é um tratamento que potencializa o sistema imunológico do corpo para combater certos tipos de câncer. Essa abordagem terapêutica pode variar em tipo e mecanismo de ação.

O sistema imunológico é composto por uma complexa rede de células, substâncias, tecidos e órgãos, que protege o organismo contra infecções. As imunoterapias ajudam esse sistema a identificar e atacar as células cancerígenas, além de retardar o crescimento e a disseminação das células do câncer.

Imunoterapia efeitos colaterais: O que esperar?

Este tratamento pode ser usado isoladamente ou combinado com outras terapias oncológicas. Inicialmente, ela foi desenvolvida  para casos de doença avançada/metastática. Com o sucesso dos tratamentos, a imunoterapia passou a ser utilizada na doença inicial. Tipos de imunoterapia no tratamento do câncer:

  • Inibidores de checkpoint: medicamentos que ativam o sistema imunológico para reconhecer e destruir as células cancerígenas.
  • Terapia com células T CAR: técnica que modifica células T do paciente, tornando-as capazes de identificar e combater o câncer, antes de serem reintroduzidas no organismo.
  • Citocinas: utilizam proteínas mensageiras para estimular o sistema imunológico a atacar as células cancerosas.
  • Imunomoduladores: fármacos que potencializam o sistema imunológico contra o câncer.
  • Vacinas contra o câncer: promovem uma resposta imunológica que previne ou trata o câncer.
  • Anticorpos monoclonais: proteínas projetadas para mirar especificamente as células cancerígenas.
  • Vírus oncolíticos: vírus modificados que infectam e destroem células tumorais sem afetar as células saudáveis.

Efeitos colaterais da imunoterapia

A imunoterapia impacta menos na qualidade de vida do paciente em comparação à quimioterapia convencional, apresentando, em geral,efeitos colaterais mais leves. Os mais comuns incluem cansaço, coceira, manchas na pele, febre, náusea, vômito e tontura. 

Uma vantagem significativa da imunoterapia é que o tratamento não interfere na produção de glóbulos brancos. Isso significa que não ocorre redução nos níveis de leucócitos, essenciais na defesa do organismo contra infecções. Assim, reduz-se consideravelmente o risco de infecções e necessidade de internações.

A imunoterapia pode apresentar efeitos adversos leves e moderados em até 50% dos pacientes. Efeitos adversos mais sérios ocorrem em menos de 15% dos casos.

Confira a seguir os principais sinais de alerta:

Cérebro: febre, confusão mental, alterações de humor, hipersensibilidade à luz e convulsão.

Fígado: pele ou olhos amarelados, urina escurecida e inflamação do fígado.

Glândulas hormonais: dor de cabeça persistente, perda ou ganho de peso, taquicardia, sudorese, perda de cabelo, constipação e tontura. 

Intestino: diarreia ou movimentação intestinal intensa, fezes com sangue e dor. 

Membros: fraqueza, dormência ou formigamento.

Músculos e articulações: dor e fraqueza intensa.

Olhos: visão borrada ou dupla e vermelhidão.

Pele: vermelhidão, feridas e bolhas.

Pulmões: tosse intensa, falta de ar e dor no peito.

Rins: diminuição do volume de urina, sangue na urina e inchaço. 

Gerenciando efeitos colaterais

Os efeitos colaterais da imunoterapia podem surgir durante ou após o tratamento, e em alguns casos, começam meses ou até anos depois. 

É crucial informar o seu médico sobre qualquer nova alteração ou efeito colateral observado durante ou após o tratamento, assim como qualquer sintoma que se agrave. Quando isso acontece, o médico oncologista poderá interromper a terapia por um período de tempo ou ajustar a dose.

A maioria das pessoas tem efeitos colaterais leves. Os efeitos colaterais normalmente serão mais graves se o paciente estiver recebendo doses mais altas ou uma combinação de medicamentos de imunoterapia, ou se estiver fazendo imunoterapia com outros tratamentos contra o câncer.

Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados e Grupo Orizonti, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.

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