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Rastreamento do Câncer Colorretal: Quem deve fazer e quando começar?

Postado em: 09/12/2024

Rastreamento do Câncer Colorretal Quem deve fazer e quando começar

O Câncer Colorretal é uma das principais causas de morte por câncer em todo o mundo. Apesar disso, é também um dos tipos de câncer mais preveníveis quando detectado precocemente. 

A colonoscopia, considerada padrão-ouro no rastreamento, é um exame fundamental tanto para a identificação de lesões suspeitas quanto para a remoção de pólipos que podem evoluir para tumores malignos. 

Neste artigo, vou explicar quem deve realizar o rastreamento e quando iniciar esse processo. Continue a leitura para saber mais!

Por que o rastreamento do câncer colorretal é essencial?

O Câncer Colorretal, especialmente em suas fases iniciais, pode não apresentar sintomas, o que dificulta seu diagnóstico sem exames específicos. 

Quando sinais como sangue nas fezes ou alterações intestinais aparecem, a doença pode já estar em estágios mais avançados. 

O rastreamento regular, portanto, é crucial para identificações de lesões  que ainda não são câncer e podem ser retiradas durante o procedimento (os pólipos) e descoberta tumores iniciais e com altas chances de cura. 

A colonoscopia é a ferramenta mais eficaz nesse processo, permitindo a visualização direta do cólon e do reto. 

Além disso, pólipos – lesões pré-malignas – podem ser removidos durante o exame, reduzindo significativamente o risco de desenvolver o câncer.

Quem deve fazer o rastreamento do câncer colorretal?

O rastreamento é recomendado para todos os indivíduos, mas alguns fatores determinam quando começar e com que frequência realizá-lo.

1. Indivíduos sem fatores de risco adicionais

O rastreamento deve começar aos 45 anos, conforme orientação de diversas sociedades médicas, como o American Cancer Society (ACS).

Para pessoas sem sintomas ou histórico familiar, a colonoscopia é indicada a cada 10 anos, caso os resultados estejam normais.

Vale lembrar que mesmo essas pessoas têm sim o risco de desenvolver esse e outros tipos de câncer.

2. Indivíduos com histórico familiar:

Aqueles com parentes de primeiro grau diagnosticados com câncer colorretal devem iniciar o rastreamento aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o familiar foi diagnosticado, mesmo que isso o leve a começar antes dos 40.

Nestes casos, exames mais frequentes, como a colonoscopia a cada 5 anos, podem ser necessários.

3. Grupos de alto risco:

Incluem, por exemplo:

  • Pessoas com doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa ou doença de Crohn.
  • Portadores de síndromes genéticas, como a síndrome de Lynch ou polipose adenomatosa familiar.
  • Indivíduos com histórico pessoal de pólipos ou câncer colorretal.

Esses grupos devem seguir recomendações personalizadas, determinadas por seu médico, para garantir o rastreamento adequado.

Quais exames podem ser usados no rastreamento?

Embora a colonoscopia seja o exame mais completo, existem outras alternativas para o rastreamento, especialmente em situações onde o acesso à colonoscopia é limitado. 

Algumas opções incluem:

  • Pesquisa de sangue oculto nas fezes (PSOF): Um exame não invasivo que detecta vestígios de sangue nas fezes. Deve ser realizado anualmente.
  • Sigmoidoscopia flexível: Avalia apenas parte do intestino grosso e pode ser repetida a cada 5 anos.
  • Teste de DNA fecal: Analisa alterações genéticas nas fezes e é recomendado a cada 3 anos.

Atenção: não deixe de conferir com o seu médico se estas periodicidades indicadas aqui são mesmo as ideais para você.

Esses exames podem ser úteis, mas qualquer alteração detectada deve ser investigada com uma colonoscopia.

Quando iniciar o rastreamento do câncer colorretal?

O momento ideal para iniciar o rastreamento depende dos fatores de risco individuais. 

No entanto, como a incidência de câncer colorretal tem aumentado em jovens adultos, recomenda-se não postergar os exames, mesmo na ausência de sintomas.

Além disso, é fundamental adotar hábitos saudáveis, como uma dieta rica em fibras e a prática de exercícios físicos, que ajudam a reduzir o risco da doença.

O rastreamento do câncer colorretal é uma ferramenta poderosa na prevenção e diagnóstico precoce. Converse com seu médico sobre a melhor estratégia de rastreamento para você. A prevenção pode salvar vidas.

Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico do Oncologistas Associados e Grupo Orizonti, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.

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