A Imunoterapia tem se destacado como um tratamento eficaz em diversos tipos de câncer, sendo um avanço revolucionário na oncologia.
Contudo, não são todos os tumores que respondem de forma favorável a essa abordagem. Alguns cânceres apresentam melhor resposta à Imunoterapia, enquanto outros não respondem tão bem, tornando-se um desafio para os médicos.
Hoje, vou te explicar com mais profundidade o que é a imunoterapia, como ela funciona e quais cânceres tendem a responder melhor a esse tratamento. Então, siga a leitura para entender mais!
O que é a Imunoterapia?
A Imunoterapia é um tratamento que visa potencializar o sistema imunológico do paciente para que ele combata o câncer de forma mais eficaz. O nosso sistema imunológico, por natureza, tem a capacidade de identificar e destruir células anormais, incluindo células cancerígenas.
No entanto, algumas células cancerosas desenvolvem mecanismos que as ajudam a escapar desse sistema de defesa. É aí que entra a imunoterapia: ela é projetada para ajudar o sistema imunológico a reconhecer e atacar essas células que o corpo não consegue detectar sozinho.
Existem diferentes abordagens de imunoterapia, que incluem:
- Anticorpos monoclonais: proteínas que se ligam a alvos específicos nas células cancerígenas, ajudando o sistema imunológico a identificá-las.
- Inibidores de checkpoint imunológico: medicamentos que bloqueiam proteínas que “freiam” o sistema imunológico, permitindo que as células imunológicas ataquem as células cancerígenas.
- Terapia celular adotiva: método em que as células imunológicas do próprio paciente são modificadas em laboratório para atacar o câncer, como na terapia com células CAR-T.
Essa terapia já mostrou resultados promissores no tratamento de cânceres como melanoma, câncer de pulmão, câncer de rim, entre outros.
No entanto, é importante lembrar que a resposta à imunoterapia pode variar de acordo com o tipo de câncer, o estágio da doença e as características individuais de cada paciente.
A importância da Imunoterapia no tratamento do câncer
A Imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer porque oferece uma nova abordagem, com benefícios que vão além das terapias convencionais.
Para muitos pacientes, a imunoterapia trouxe a possibilidade de respostas duradouras e até de cura em alguns casos, algo que nem sempre é possível com a quimioterapia e radioterapia tradicionais.
Um dos principais benefícios dessa abordagem é que, ao ativar o sistema imunológico, ela permite que o corpo continue lutando contra as células cancerígenas mesmo após o término do tratamento. Isso pode significar um controle mais prolongado da doença.
Além disso, por ser um tratamento que atinge de forma mais direta as células cancerosas, a imunoterapia tende a ter menos efeitos colaterais que as terapias convencionais, como a quimioterapia, que pode afetar tanto células saudáveis quanto as cancerígenas.
Outro aspecto importante é que a imunoterapia pode ser combinada com outros tratamentos, como a quimioterapia ou a radioterapia, para potencializar os resultados. Essa combinação pode ser eficaz, especialmente para pacientes que apresentam tumores mais resistentes.
O sistema imunológico e seu papel na luta contra o câncer
Nosso sistema imunológico é responsável por proteger o organismo de infecções e de células anormais, como as células cancerígenas.
Quando funciona corretamente, ele consegue identificar e eliminar essas células antes que elas se multipliquem e causem problemas.
No entanto, as células cancerígenas, em alguns casos, conseguem se camuflar ou suprimir a resposta do sistema imunológico, permitindo que o tumor cresça sem ser detectado.
A Imunoterapia busca corrigir essa falha. Ela age, muitas vezes, “removendo os freios” do sistema imunológico, permitindo que ele combata o câncer com toda a força.
Existem vários tipos de células imunológicas envolvidas nesse processo, como os linfócitos T, que reconhecem e atacam as células anormais, e os anticorpos, que se ligam aos antígenos presentes nas células cancerígenas, ajudando a marcá-las para destruição.
Tipos de Imunoterapia
Dentro da imunoterapia, existem diferentes tipos de abordagens que podem ser usadas, dependendo do tipo de câncer e da resposta esperada. Entre as principais, estão:
- Terapias-alvo: atuam em proteínas ou mutações específicas das células cancerígenas, direcionando o sistema imunológico para atacá-las.
- Terapias imunomoduladoras: fortalecem a resposta imunológica, aumentando a eficácia das células imunológicas contra o câncer. Exemplo disso é a utilização de citocinas, como interferons.
Cada tipo de terapia tem sua indicação específica e pode ser utilizada isoladamente ou em combinação com outros tratamentos, dependendo do caso.
Benefícios e desafios da Imunoterapia
Embora seja promissora, a imunoterapia também tem suas limitações. Nem todos os pacientes respondem da mesma maneira a essa terapia. Alguns tipos de câncer, como o melanoma e o câncer de pulmão, costumam responder bem a esse tratamento.
Por outro lado, cânceres como o de próstata ou mama triplo negativo têm uma resposta menos eficaz.
Além disso, a imunoterapia pode causar efeitos colaterais, como fadiga, náusea e alterações na função do sistema imunológico.
Embora geralmente sejam menos graves do que os efeitos colaterais da quimioterapia, eles ainda precisam ser monitorados com atenção.
Conclusão
A Imunoterapia representa um avanço incrível no tratamento do câncer, oferecendo uma nova esperança para muitos pacientes.
No entanto, é essencial que o tratamento seja planejado de forma individualizada, levando em consideração o tipo de câncer e as características do paciente.
Para muitas pessoas, a imunoterapia oferece a possibilidade de respostas duradouras e até mesmo de cura. Mas como cada caso é único, a decisão de seguir esse caminho deve ser feita em conjunto com uma equipe médica especializada.
Se você ou alguém que você conhece está considerando a imunoterapia, é fundamental conversar com um oncologista para entender melhor as opções disponíveis e o que esperar do tratamento.
Caso tenha dúvidas ou queira saber mais sobre como a Imunoterapia pode ajudar no seu caso, agende uma consulta e venha conversar comigo. Estou aqui para ajudar!
Dr. Marcelo Cruz
Oncologista especialista em câncer de mama, pulmão, ovário, cólon e pâncreas
CRM 100.479