Cirurgia oncológica: tudo o que você precisa saber

Em 17 de julho de 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM), com publicação no Diário Oficial da União, reconheceu a oncologia clínica e cirurgia oncológica como especialidades médicas no Brasil.

Em outras palavras, as residências médicas que  tinham o nome de cancerologia cirúrgica e cancerologia clínica, agora tem o nome de cirurgia oncológica e oncologia clínica!

Dessa forma, você sabe o que é e como funciona a cirurgia oncológica? Fique com a gente e descubra!

Cirurgia Oncológica

Em síntese, a cirurgia oncológica é um tipo de tratamento do câncer. Ela consiste na retirada do tumor através de intervenções cirúrgicas no corpo do paciente. Ou seja, sua real intenção é remover totalmente o tumor maligno presente.

Além disso, ela é realizada em conjunto com outros métodos, como a quimioterapia e a radioterapia. São procedimentos que possibilitam altas chances de remissão se o diagnóstico for precoce em tumores sólidos.

Dessa forma, não se administra para linfomas e leucemias.

Nesse meio tempo, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) explica que existem dois tipos de cirurgia oncológica.

Tipos de cirurgia Oncológica

Antes de mais nada, vale salientar que a cirurgia oncológica pode auxiliar no diagnóstico de câncer, quando é preciso fazer uma biópsia.

Assim, os dois tipos de cirurgias oncológicas consistem em:

• Cirurgia curativa: é aquela cujo objetivo é curar. Ou seja, seu destino é remover completamente o tumor. Este tipo de procedimento deve ser realizado em um nível inicial da doença e pode ser acompanhado de outros tratamentos adicionais, como falaremos adiante. Geralmente, o tumor está localizado em apenas uma parte do corpo do paciente.
• Cirurgia paliativa: é aquela que se utiliza para problemas causados por doenças em estágio avançado. Ou seja, ela alivia os sintomas que causam desconforto e incapacidade no indivíduo. Por exemplo, alguns tipos de câncer no abdômen, que obstruem o intestino.
• Cirurgia de suporte: Realizada para os pacientes terem acesso a outras opções terapêuticas, como, por exemplo, a inserção de um cateter para administração de quimioterapia.
• Cirurgia de reconstrução: Em suma, realiza-se para melhorar a aparência, caso alguma estrutura física tenha sido seriamente danificada no processo cirúrgico. Analogamente, é feita para restaurar a função de um órgão ou parte do corpo após a cirurgia.
• Cirurgia preventiva (Profilática): Feita para a remoção do tecido que provavelmente se tornará câncer. Em outras palavras, mesmo que não existam sinais do câncer no momento do processo cirúrgico, ela serve para evitar que ele apareça! Ou seja, redução de risco e prevenção.

Do mesmo modo, quando o procedimento cirúrgico não possibilita a retirada de todo o câncer, é necessário administrar a radioterapia ou a quimioterapia. Em suma, essas terapias servem como forma de aumentar a taxa de vida e cura do paciente.

Tratamentos Neoadjuvante e Adjuvante

Então, surgem dois tipos adicionais de tratamento. O tratamento adjuvante ou neoadjuvante. Mas, quais seus significados objetivos?

• Tratamento Adjuvante: é aquele que se inicia após uma intervenção cirúrgica. Ou seja, realiza-se considerando o tipo e as estimativas de risco de retorno do tumor. A quimioterapia e a radioterapia vêm como forma de aumentar a eficiência do tratamento.
• Tratamento Neoadjuvante: nesse caso, realiza-se a cirurgia após outros tratamentos. Em outras palavras, ele é considerado neoadjuvante quando se administra antes do tratamento principal para a retirada do tumor. As terapias assemelham-se muitas com as do tratamento adjuvante. Dessa forma, diminui-se o volume do tumor com terapia sistêmica local, e em seguida, por meio da operação, retira-se o restante da massa celular.

Além de todas as informações acima descritas, há também a cirurgia de estadiamento, que vamos entender adiante.

Estadiamento do câncer

De antemão, realiza-se a cirurgia de estadiamento para o diagnóstico de tipo do câncer e se existe disseminação do mesmo para outros órgãos do paciente. Assim, durante sua realização, analisa-se a área em torno do tumor, incluindo gânglios linfáticos e órgãos adjacentes. Isso é de extrema importância. Porque? Fornece informações para orientar médicos na escolha do tratamento e prognóstico do paciente.

Diante de tudo isso, qual a real importância da cirurgia oncológica?

Atualmente, a cirurgia oncológica é uma das ferramentas mais importantes no tratamento do câncer. Ou seja, além da sua retirada, ela tem como objetivo também evitar que ele volte a aparecer no corpo do indivíduo.

Como ela deve ser realizada?

O procedimento cirúrgico realiza-se sempre sob anestesia, em ambiente adequado para tal, e com equipe médica completa, além de todo aparato e instrumentação necessária.

Além disso, em toda cirurgia,  deve-se sempre considerar os aspectos técnicos, como o real conhecimento do paciente e da doença, seu estágio de desenvolvimento, e a retirada completa do tumor com todo cuidado, evitando assim que a doença se espalhe durante o ato.

Ao mesmo tempo, retirar também os tecidos onde a doença já alcançou (gânglios e outros órgãos). Logo depois, atentar também aos aspectos relacionados à resposta do paciente e o preparo dos seus familiares sobre as alterações fisiológicas e/ou mutilações que poderão ocorrer devido ao tratamento cirúrgico.

Portanto, a cirurgia oncológica é também uma forma de avaliar a extensão da doença. Ou seja, em alguns casos, o estadiamento do câncer, como falado anteriormente, só é possível ter seu diagnóstico durante o ato cirúrgico.

Claro que não poderíamos esquecer do profissional responsável pela cirurgia

Cirurgião oncologista

O cirurgião oncologista é preparado para a realização de cirurgias de alta complexidade, como é o caso de pacientes cujo câncer atinge múltiplos órgãos.

O grande diferencial de tratamento do câncer com um profissional oncologista, é que, pela sua formação especializada no tratamento do câncer, ele tem conhecimento acerca de todos os detalhes a respeito dos tumores e o planejamento terapêutico necessário. Todos estes fatores aumentam as chances de sucesso no tratamento.

Em conclusão, você entendeu muito do que precisava saber sobre a cirurgia oncológica. Diante disso, fale com a gente e fique por dentro ainda mais sobre o assunto. Agende uma consulta!

Artigo escrito pelo Dr. Marcelo Cruz

Oncologista especialista em câncer de mama, pulmão, ovário, cólon e pâncreas.

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