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Como a imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer de pulmão: Um guia completo

Como a imunoterapia está revolucionando o tratamento do câncer de pulmão Um guia completo

O Câncer de Pulmão é o quinto tipo de tumor mais comum no Brasil, mas lidera as estatísticas de letalidade entre os homens e ocupa a segunda posição entre as mulheres no mundo, conforme estimativas recentes. A detecção tardia, em 84% dos casos, contribui para sua elevada taxa de mortalidade.

A esperança surge com novos tratamentos que miram especificamente os componentes genéticos e imunológicos alterados ou que sofrem mutação, permitindo que o tumor se estabeleça. Esse tipo de tratamento, chamado imunoterapia, ajuda o sistema imunológico a combater o câncer.

Descubra como essa terapia inovadora está transformando o combate ao câncer de pulmão, prometendo tratamentos mais eficientes e com esperança renovada para os pacientes.

O que é imunoterapia?

A imunoterapia, ou conhecida também como terapia biológica, é uma abordagem inovadora que ativa o sistema imunológico do paciente para combater o câncer. Utiliza medicamentos específicos para ensinar o sistema imune a identificar e eliminar as células cancerosas.

Este método pode ser usado sozinho ou combinado com outras terapias, como quimioterapia e radioterapia, e é indicado para casos onde o tumor não respondeu aos tratamentos convencionais ou houve recidiva. Em certos casos, a imunoterapia é parte do tratamento inicial.

Tratamentos aprovados

Existem diversos tratamentos de imunoterapia aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) e outros em fase de testes em ensaios clínicos. Os principais tipos de imunoterapia usados ou testados para câncer de pulmão incluem:

Inibidores de checkpoint: atuam removendo os “freios” do sistema imunológico que são manipulados por tumores para desacelerar a resposta imune. Os tumores que produzem proteínas chamadas PD-L1 ativam esses “pontos de controle” e retardam o sistema imunológico. Outro alvo desses medicamentos é a CTLA-4, proteína das células T que ajuda a mantê-las sob controle. Os inibidores de checkpoint estimulam a resposta do sistema imunológico para combater o câncer.

Anticorpos monoclonais: são versões artificiais de anticorpos do corpo humano que são projetados para atacar as células cancerígenas.

Vacinas contra o câncer: embora ainda não existam vacinas aprovadas pela FDA para prevenir ou tratar o câncer de pulmão, várias estão em fase de teste.

Terapia celular adotiva: envolve a remoção, modificação e reintrodução de células T do paciente para combater o câncer, e estão em fase de pesquisa.

Medicamentos disponíveis

Vários inibidores de checkpoint foram aprovados pela FDA para tratar o câncer de pulmão nos últimos anos, incluindo:

  • Atezolizumabe (Tecentriq);
  • Cemiplimabe (Libtayo);
  • Durvalumabe (Imfinzi);
  • Ipilimumabe (Yervoy);
  • Nivolumabe (Opdivo);
  • Pembrolizumabe (Keytruda).

Novas perspectivas na imunoterapia do câncer de pulmão

A evolução na imunoterapia do câncer de pulmão é marcada por tratamentos inovadores, desenvolvidos após a descoberta de subtipos da doença com características distintas. Esses avanços permitiram tratamentos mais específicos, baseados em mutações genéticas identificadas nos pacientes.

O tratamento para câncer de pulmão envolve cirurgia ou radioterapia, geralmente precedido ou sucedido por terapias sistêmicas para evitar recidiva. Um estudo apresentado no último Congresso Europeu de Oncologia, realizado em outubro de 2023, avaliou essas estratégias.

Os pesquisadores analisaram, em 261 pacientes com doença localizada e que não tinham nenhum tipo de mutação específica para algum medicamento direcionado para essa alteração, qual era o impacto de utilizar a imunoterapia combinada à quimioterapia pré-operatória versus apenas quimioterapia antes de operar.

O estudo avaliou a taxa de negativação do tumor na peça cirúrgica, ou seja, se há indícios da doença no órgão operado. Os resultados mostraram que a chance de uma resposta completa na patologia, de não encontrar mais a presença do câncer, foi cinco vezes maior no grupo que utilizou a quimioterapia com imunoterapia (nivolumabe). Os achados são muito relevantes, já que esta nova estratégia reduziu o risco de uma recorrência em 42%.

Portanto, em pacientes com doença localizada sem evidência de metástase, que não tenham nenhuma alteração mutacional que exija um medicamento específico, a quimioterapia mais a imunoterapia representa o novo padrão ouro no tratamento.Conheça os avanços em imunoterapia para câncer de pulmão com o Dr. Marcelo Cruz.

Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados e Grupo Orizonti, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.


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