Como é o caroço do câncer de mama: identificação e prognóstico
Postado em: 09/05/2024
O Câncer de Mama é um crescimento descontrolado de células (células dos lobos, células produtoras de leite, ou dos ductos, por onde é drenado o leite), que adquirem características anormais, causadas por mutações no seu material genético.
A doença ocorre quase que exclusivamente em mulheres, mas os homens também podem ter câncer de mama.
Um caroço no seio ou na axila, alterações na pele da mama, vermelhidão ou descamação do mamilo, microcalcificações que aparecem no exame de rotina, secreção no mamilo ou até mesmo dor nesta área – são sinais de alerta aos quais você deve prestar atenção.
Caso identifique algum desses indícios durante o autoexame em casa ou nos exames de rotina, é preciso consultar um médico imediatamente.
O profissional vai pedir uma série de exames para definir um diagnóstico preciso. Não necessariamente esses sintomas indicam câncer, mas é preciso checar.
O câncer de mama pode ser curado. Quanto mais cedo ele for detectado, mais fácil será curá-lo. Tumores em estágios iniciais têm taxas de cura que podem superar os 95%.
Sintomas do câncer de mama
Os sintomas do tumor variam, e algumas mulheres com câncer de mama podem não apresentar esses sinais. É recomendado que a mulher conheça suas mamas e saiba identificar alterações para informar o médico.
Para as mulheres que ainda menstruam, a melhor época para avaliar as mamas em busca de alterações é alguns dias após a menstruação, quando estão menos inchadas. Mulheres na pós-menopausa podem realizar o autoexame em qualquer época do mês.
O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou massa. Um nódulo sólido, indolor e com bordas irregulares aumenta a suspeita de um tumor maligno, embora cânceres de mama possam ser sensíveis ao toque, macios ou redondos.
Algumas vezes, podem ser até dolorosos. Por esse motivo, é importante que qualquer nova massa, nódulo ou alteração na mama seja examinada por um médico.
Veja abaixo quais são os sinais de câncer de mama que mais exigem atenção:
- Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo).
- Nódulo único endurecido.
- Mudança na forma ou no tamanho da mama.
- Dor na mama ou mamilo.
- Inversão do mamilo.
- Eritema (vermelhidão) na pele.
- Edema (inchaço) da pele.
- Secreção sanguinolenta ou serosa pelos mamilos.
- Linfonodos aumentados
Vale lembrar que, na grande maioria dos casos, vermelhidão, inchaço na pele e mesmo o aumento de tamanho dos gânglios axilares são provocados por processos inflamatórios ou infecção (mastite), especialmente se acompanhados de dor.
Fatores de risco
Alguns fatores podem aumentar a probabilidade de desenvolver um tumor, mas isso não significa que você vai ter câncer de mama. Entre os principais fatores de risco estão idade avançada (mulheres acima dos 50 anos) e histórico familiar (quem tem parentes diretos com câncer de mama).
Outros motivos que contribuem para o aumento do risco envolvem a presença de variantes genéticas (principalmente nos genes BRCA1 e BRC2), menopausa tardia, obesidade, sedentarismo e exposição excessiva à radiação ionizante.
Diagnóstico
Para confirmar o diagnóstico, alguns exames de imagem serão necessários. Os principais exames utilizados são:
Mamografia: é um tipo de raios X para visualização do tecido interno da mama. O exame pode ser um pouco desconfortável, pois há necessidade de comprimir a mama para uma boa qualidade.
Ultrassonografia: exame que auxilia na diferenciação entre um nódulo que tem conteúdo sólido e um cisto que tem conteúdo líquido.
Ressonância magnética: utiliza campos magnéticos, não raios X, e não é indicada para todos os pacientes. Para a ressonância de mamas, é necessário o uso de um tipo de contraste, aplicado na veia.
Biópsia: quando o diagnóstico está praticamente confirmado, o médico realiza a biópsia na etapa final para ter certeza da conclusão. Nele, remove-se uma parte do tecido da mama que passa por análise para identificar células cancerígenas.
Tratamento
Atualmente, o tratamento recomendado para o câncer de mama inicial é a retirada cirúrgica do tumor, junto com uma margem segura de tecido para evitar recorrências. Dependendo da extensão da doença, pode ser necessário tratamento sistêmico pré-operatório (neoadjuvante) com quimioterapia. A mastectomia, que é a retirada completa da mama, pode ser utilizada em casos específicos, seguida de reconstrução com prótese.
Junto à cirurgia, podem ser empregadas terapias complementares, como radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e tratamentos direcionados, chamados terapia-alvo.
No caso específico do câncer de mama, é possível aplicar também a hormonioterapia, que utiliza medicamentos para inibir hormônios femininos que estimulam o crescimento do tumor.
Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.
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