Como Monitorar e Avaliar a Eficácia do Seu Tratamento de Medicina de Precisão
Postado em: 14/04/2025
A Medicina de Precisão revolucionou o tratamento do câncer ao permitir que terapias sejam personalizadas de acordo com as características genéticas do tumor.

Essa abordagem aumenta as chances de sucesso e reduz efeitos colaterais desnecessários.
No entanto, para garantir que a terapia está funcionando como esperado, é essencial monitorar sua eficácia por meio de exames e acompanhamento médico contínuo.
Continue sua leitura para saber mais sobre essa avaliação!
A importância do acompanhamento na medicina de precisão
Avaliar a resposta ao tratamento é fundamental para garantir que ele está trazendo os melhores resultados possíveis.
Isso pode ser feito de diversas formas, desde exames laboratoriais até técnicas avançadas de imagem.
A seguir, explico os principais métodos utilizados para monitorar os efeitos da “Medicina de Precisão” e garantir um acompanhamento eficaz.
Exames laboratoriais e marcadores tumorais
Os exames de sangue são ferramentas importantes para avaliar a resposta ao tratamento.
Alguns marcadores tumorais podem indicar se o câncer está regredindo ou se novas estratégias terapêuticas devem ser consideradas.
Entre os exames mais utilizados, destacam-se:
- Dosagem de marcadores tumorais: proteínas ou substâncias produzidas pelo tumor que podem ser medidas no sangue, como CEA (câncer colorretal), CA 15-3 (câncer de mama) e CA 19-9 (câncer de pâncreas).
- Biomarcadores genéticos: análises que identificam mutações genéticas no tumor e ajudam a determinar se um tratamento específico continua sendo eficaz.
- Biópsia líquida: exame de sangue que detecta fragmentos de DNA tumoral circulante, permitindo avaliar mutações em tempo real e acompanhar a evolução da doença.
Esses exames auxiliam no monitoramento da resposta ao tratamento e na necessidade de ajustes na abordagem terapêutica.
Exames de imagem para acompanhamento do tratamento
Os exames de imagem são essenciais para visualizar mudanças no tamanho do tumor e possíveis metástases.
Dependendo do tipo de câncer e da terapia utilizada, diferentes técnicas podem ser indicadas. Os principais exames incluem:
- Tomografia computadorizada (TC): permite avaliar a redução ou crescimento do tumor ao longo do tratamento.
- Ressonância magnética (RM): utilizada para analisar tumores em tecidos moles, como cérebro, fígado e pâncreas, com alta precisão.
- PET-CT (tomografia por emissão de pósitrons): exame que identifica áreas de alta atividade metabólica, ajudando a detectar tumores ativos e avaliar a resposta ao tratamento.
O oncologista pode solicitar exames periodicamente para garantir que o tratamento está atingindo os objetivos esperados.
Sinais clínicos e qualidade de vida do paciente
Além dos exames, a percepção do paciente sobre sua saúde e bem-estar também é um fator importante na avaliação do tratamento.
A melhora nos sintomas e na qualidade de vida pode ser um forte indicativo de que a terapia está funcionando.
Aspectos a serem observados incluem, por exemplo:
- Redução de sintomas: melhora na dor, fadiga e outros desconfortos associados ao câncer.
- Manutenção do peso corporal: uma perda de peso significativa pode indicar necessidade de ajustes na terapia ou suporte nutricional.
- Níveis de energia e disposição: aumento na vitalidade e capacidade de realizar atividades são sinais positivos.
- Resistência a efeitos colaterais: menor incidência de reações adversas, como náuseas e fadiga intensa, pode indicar boa tolerância ao tratamento.
Monitorar e avaliar a eficácia do tratamento de medicina de precisão é um processo contínuo. O acompanhamento médico próximo e a adaptação do tratamento quando necessário são fundamentais para alcançar os melhores resultados possíveis.
Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados e Grupo Orizonti, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.
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