Como o oncologista conduz o tratamento do câncer
Postado em: 12/04/2021
Devido à complexidade da doença, o tratamento do câncer é bastante peculiar e exige o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, uma vez que há o risco do aparecimento de outras doenças,assim como, existem diversos efeitos colaterais que podem ocorrer por conta das medicações.
O oncologista é o médico responsável por coordenar a equipe envolvida no tratamento do câncer, liderando um trabalho em conjunto que visa proporcionar qualidade de vida ao paciente.
Esse profissional se torna uma referência para o paciente oncológico, pois é ele que o auxilia desde o início, na definição do tratamento, até o acompanhamento após o término do processo, muitas vezes, durante toda a vida.
Na primeira consulta, geralmente o paciente já chega com o diagnóstico de câncer e uma carga de informações importantes, médicas e pessoais, para a definição do seu quadro clínico.
Mas isso ainda não significa que será iniciado o tratamento de imediato. Antes disso, existe uma série de etapas a serem cumpridas, com a realização de exames complementares, para que, então, sejam decididas as melhores terapias para cada caso.
O oncologista no tratamento do câncer
Atualmente, a medicina disponibiliza diversas formas de tratamento, e o oncologista é quem irá definir a melhor alternativa. Podem ser realizadas algumas terapias em paralelo ou em sequência, ou ainda de modo isolado, de acordo com o quadro do paciente. Os principais tipos de tratamento do câncer são:
Cirurgia
Cerca de 90% dos pacientes oncológicos precisam passar por esse procedimento em algum ponto, sendo que a cirurgia é considerada a melhor opção para 95% dos pacientes com câncer localizado. Portanto, esta é uma etapa essencial para o sucesso do tratamento na maioria dos casos.
Quimioterapia
Utiliza a medicação como forma de destruir as células doentes ligadas ao tumor e impedir o seu espalhamento em outras partes do corpo. Esse procedimento pode ser feito por duas vias:
- Oral: por meio de comprimidos.
- Intravenosa: injetada por cateter na veia.
Quimioembolização
Esse tipo de tratamento também tem como base a aplicação de drogas quimioterápicas, mas com a diferença de que o foco é atacar apenas a área do tumor, sem que a medicação se espalhe para o restante do corpo. Essa técnica é bastante indicada para os casos de câncer hepático.
Radioterapia
Utiliza radiação ionizante para destruir o tumor ou para inibir o desenvolvimento das células doentes. Esse tratamento é completamente indolor e, se necessário, pode ser aplicado juntamente com a quimioterapia ou outros recursos.
Radioembolização
Com o mesmo princípio da quimioembolização, nesse caso, são realizadas aplicações de microesferas radioativas somente no tumor. Se trata de uma técnica minimamente invasiva e é indicada para pacientes com câncer no fígado.
Iodoterapia
Consiste no tratamento com iodo radioativo, com o objetivo de destruir os tumores localizados na glândula tireoide. Essa técnica pode ser usada tanto em casos de hipertireoidismo, quando o paciente não responde à medicação ou não pode utiliza-la, câncer na tireoide ou, em doses menores, para o exame de cintilografia da tireoide.
Hormonioterapia
Essa é uma intervenção à base de medicamentos, com o propósito de inibir a atividade de hormônios que possam contribuir para o crescimento do tumor. Como exemplos de tumores que são influenciados pelos hormônios estão os cânceres de mama e próstata. A sua administração geralmente é feita por via oral, apresenta poucos efeitos colaterais e pode ser adotada como um tratamento complementar ou medida paliativa.
Imunoterapia
Feita para estimular o sistema de defesa do corpo, esse tratamento biológico conta com um mecanismo de ação para o combate de infecções e favorece a identificação e o ataque das células cancerígenas. Pode ser aplicado juntamente com a quimioterapia, dependendo do caso.
Braquiterapia
Também conhecida como radioterapia interna, esse método terapêutico consiste na inserção de material radioativo dentro do tumor ou próximo à região a ser tratada, por meio de cateteres ou sondas. Podem ser implantadas pequenas sementes radioativas no local, como no caso de câncer de próstata, ou ser uma condução temporária de material radioativo.
Transplante de medula óssea (TMO)
Esse procedimento é orientado para doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias e linfomas, e tem o objetivo de reconstituir a saúde da medula óssea, por meio da substituição de uma medula doente por células normais. O TMO pode ser:
- Autogênico: quando a medula vem do próprio paciente.
- Alogênico: quando a medula vem de um doador.
- Singênico: quando a medula vem de gêmeos idênticos (univitelinos).
O que acontece após o tratamento?
Com o término do tratamento do câncer, o oncologista irá encaminhar o paciente para realizar os exames de seguimento. Essa etapa consiste num acompanhamento, por meio de consultas e exames de rotina, como de sangue e imagem, a fim de identificar uma possível recidiva. Em alguns casos, somente a consulta e o exame físico já são suficientes nessa fase.
A duração do acompanhamento vai depender do quadro de cada paciente, mas normalmente são necessários alguns anos. E caso haja suspeita de recorrência, pode ser preciso realizar outros exames para o diagnóstico.
Daí a extrema importância de cumprir com o seguimento oncológico, de acordo com as orientações do seu médico de confiança.
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