Descubra os principais sintomas de câncer de pâncreas

Postado em: 19/06/2024

O pâncreas está localizado atrás da parte inferior do estômago e desempenha um papel fundamental na nossa digestão, além de produzir insulina para regular os níveis de açúcar no sangue.

Quando falamos sobre o câncer de pâncreas, estamos nos referindo a uma doença que representa cerca de 2% de todos os tipos de tumores diagnosticados no Brasil.

Embora esse percentual possa parecer pequeno, a gravidade dessa condição é acentuada pelo fato de que o câncer de pâncreas é responsável por aproximadamente 4% das mortes relacionadas a tumores malignos, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O câncer de pâncreas é mais frequente em homens, especialmente a partir dos 55 anos de idade, e infelizmente é raro ser detectado em seus estágios iniciais, quando as chances de cura são maiores.

Isso ocorre porque os sintomas geralmente só aparecem quando a doença já se espalhou para outros órgãos, tornando o diagnóstico precoce mais difícil e limitando as opções de tratamento.

Câncer de pâncreas e dor nas costas

Um dos sintomas mais comuns e muitas vezes ignorados desse tipo de câncer é a dor nas costas, especialmente na parte superior do abdômen ou no meio das costas.

Essa dor pode ocorrer quando os tumores pressionam outros órgãos ou terminam afetando terminações nervosas.

À medida que a doença avança, a dor pode se tornar mais intensa, piorando quando o paciente se deita, mas aliviando ao inclinar-se para a frente.

É importante destacar que sentir dor nas costas não significa, necessariamente, que você tenha câncer de pâncreas.

Contudo, se esse desconforto persistir, é fundamental procurar um médico para uma avaliação detalhada.

Sintomas do câncer de pâncreas

Os sinais clínicos que podem indicar a presença de um tumor pancreático incluem:

Icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos).
Urina escura e fezes de cor clara.
Dor no abdômen ou nas costas.
Emagrecimento inexplicável.
Perda de apetite.
Sensação de empachamento.
Náuseas, vômitos ou indigestão.
Início súbito de diabetes.
Fadiga e fraqueza.

Estes sintomas são frequentemente ignorados ou confundidos com outras doenças menos graves, o que pode atrasar o diagnóstico.

Fatores de risco

Existem vários fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolver câncer de pâncreas. Alguns dos mais importantes são:

Fumo: Este é o principal fator de risco para essa doença. O risco de desenvolver câncer de pâncreas aumenta de 2 a 6 vezes entre fumantes, em comparação com não fumantes.
Obesidade: Estar acima do peso eleva em 20% o risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Idade: A doença é mais comum em pessoas com mais de 55 anos.
Diabetes tipo 2: Pessoas com histórico prolongado de diabetes têm maior risco.
Pancreatite crônica: A inflamação crônica do pâncreas, especialmente em fumantes, está associada a um risco maior de câncer.
Histórico familiar: Pacientes com histórico de pancreatite hereditária, causada por mutações genéticas, também estão em maior risco e devem ser acompanhados por uma equipe de oncogenética.

Diagnóstico do câncer de pâncreas

Um diagnóstico precoce pode aumentar as chances de cura. Por isso, se você apresentar algum sintoma suspeito, especialmente se tiver fatores de risco, é essencial procurar um médico especialista.

O diagnóstico envolve uma revisão completa dos sintomas e histórico clínico, além da solicitação de exames que ajudam a detectar o tumor, como:

Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: para obter imagens detalhadas do pâncreas.
Ultrassom endoscópico: Utiliza-se um tubo fino com uma câmera para captar imagens internas.
Biópsia: Coleta de tecido do pâncreas para análise laboratorial.
Exames de sangue: para detectar o marcador tumoral CA 19-9, que pode indicar câncer de pâncreas.

Tratamento

O tratamento para o câncer de pâncreas depende do estágio da doença e pode incluir uma combinação de diferentes abordagens, como:

Cirurgia: Em casos onde o tumor ainda está confinado ao pâncreas, é possível removê-lo por meio de cirurgia. No entanto, essa opção não é recomendada para estágios avançados da doença, quando o câncer já se espalhou para outras áreas.
Radioterapia: Utiliza radiação de alta energia para destruir células cancerosas.
Quimioterapia: Consiste no uso de medicamentos para eliminar células cancerosas ou impedir seu crescimento.
Terapia-alvo: Tratamento que usa medicamentos ou outras substâncias para atacar células cancerosas específicas, poupando as células saudáveis.
Imunoterapia: Estimula o sistema imunológico do paciente a combater o câncer.

Em muitos casos, os médicos podem recomendar uma combinação de tratamentos, especialmente em estágios avançados da doença, para tentar controlar o avanço do câncer e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Considerações finais

O câncer de pâncreas é uma doença grave e de difícil detecção precoce, o que dificulta o tratamento e diminui as chances de cura.

Portanto, é importante estar atento aos sinais e sintomas, além de realizar exames de rotina e manter um estilo de vida saudável. Se você apresenta fatores de risco ou qualquer sintoma incomum, é fundamental procurar atendimento médico especializado.

Se você deseja saber mais ou precisa de uma consulta com um especialista, não hesite em agendar uma consulta comigo.

Dr. Marcelo Cruz
Oncologista especialista em câncer de mama, pulmão, ovário, cólon e pâncreas
CRM 100.479