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Imunoterapia para câncer metastático: Novas esperanças

Postado em: 15/02/2024

Mais uma  imunoterapia em desenvolvimento mostrou potencial para reduzir ou controlar o câncer de pulmão metastático, a forma mais agressiva da doença, em 70% dos pacientes. Os resultados do estudo fase 1/2, que busca avaliar a segurança e a eficácia do medicamento experimental gotistobarte, foram apresentados na Reunião Anual da ASCO 2023, considerada a maior conferência mundial sobre oncologia.

Imunoterapia para câncer metastático: Novas esperanças

No total, participaram do estudo 27 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático, que não responderam ao tratamento padrão com inibidores de checkpoint, como o Keytruda. Os voluntários receberam pelo menos duas doses de 10 mg/kg do novo medicamento.

A pesquisa mostrou que 29,6% dos participantes apresentaram melhora da doença, enquanto 70,4% tiveram melhora ou estabilidade. Destes, houve uma resposta completa, sete parciais e 11 pacientes com doença estável. O medicamento foi considerado bem tolerado, com um perfil de segurança administrável. Eventos adversos relacionados ao sistema imunológico de grau 3 e 4 foram observados em 30% dos pacientes, uma taxa considerada inferior à de medicamentos similares, de acordo com a BioNTech.

O câncer de pulmão de células não pequenas metastático tem um prognóstico desfavorável, com taxa de sobrevida em 5 anos de apenas 9%. Os dados apresentados destacam o potencial significativo do gotistobarte para tratar tumores avançados e resistentes.

O gotistobarte é um anticorpo anti-CTLA-4 de última geração desenvolvido em conjunto pela BioNTech e a OncoC4. O medicamento está em estudo para ser usado como tratamento único ou combinado em vários tipos de câncer.

Novidades para o câncer de mama

Novo estudo avaliou a introdução da imunoterapia em mulheres com câncer de mama luminal, com doenças localmente avançadas ou pelo tamanho ou pelo envolvimento do linfonodo.

A pesquisa randomizou pacientes entre quimioterapia ou quimioterapia mais imunoterapia com uma droga chamada nivolumabe. A introdução da quimioterapia mais imunoterapia foi responsável por um aumento significativo na ausência do tumor na peça cirúrgica, o que foi algo bastante relevante.

Nesse mesmo grupo de pacientes receptores hormonais positivos e HER2 negativo também foi avaliado o próprio pembrolizumabe. Um grupo de 1.278 mulheres foi dividido em dois, e um deles recebeu a combinação de químio e imunoterapia.

Os resultados mostraram que, com a combinação de terapias, o risco de não ter tumor na peça cirúrgica foi de 15% para 24%, demonstrando também um ganho significativo para este grupo de pacientes.

Linfoma de Hodgkin: um tratamento padronizado para todas as idades

O linfoma de Hodgkin afeta algumas células do sistema de defesa e acomete principalmente pessoas jovens, na segunda ou terceira década de vida.

Nos estágios mais avançados da doença, o tratamento-padrão envolvia sessões de quimioterapia e um remédio chamado brentuximabe vedotina, da farmacêutica Takeda.

Especialistas do City of Hope Medical Center, nos Estados Unidos, resolveram propor uma substituição nesse esquema. Eles testaram se a brentuximabe vedotina pode ser trocada pelo nivolumabe, um tipo de imunoterapia, classe farmacológica que estimula o próprio sistema imunológico do paciente a reconhecer e atacar as células cancerosas.

Os dados preliminares deste trabalho revelam que 94% dos pacientes que receberam o novo esquema terapêutico (nivolumabe + quimioterapia) seguiam vivos dentro de 12 meses. Já entre aqueles que seguiram com a combinação anterior (brentuximabe vedotina + quimio), essa taxa ficou em 86%.

Outra vantagem do nivolumabe foi a maior tolerância dos pacientes aos efeitos colaterais. No entanto, os próprios pesquisadores destacaram que é preciso observar os dois grupos por um tempo mais prolongado, mas acreditam que os resultados obtidos servem de base para já modificar a forma como o linfoma de Hodgkin é tratado hoje em dia.

Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados e Grupo Orizonti, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.

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