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Saiba como funciona a Imunoterapia no tratamento do câncer

Postado em: 15/02/2021

Atualmente, a imunoterapia tornou-se uma parte importante no tratamento do câncer. Desse modo, novos tipos de tratamento imunoterápicos estão sendo estudados e terão grandes impactos em futuros tratamentos da doença.

Em suma, a imunoterapia inclui medicamentos que têm diferentes formas de ação. Assim, alguns estimulam o sistema imunológico do corpo para agir como um todo. Já outros, ajudam o sistema imunológico a atacar especificamente as células cancerígenas.

Mas afinal, você sabe o que é imunoterapia? Para que ela serve? Fique com a gente e descubra!

O que é a imunoterapia?

Em síntese, a imunoterapia é um tipo de tratamento biológico que tem como objetivo potencializar o sistema imunológico de maneira que ele fique preparado e combata infecções e doenças como o câncer.

Em outras palavras, é uma maneira de combater o problema utilizando o próprio sistema de defesa do corpo para atacar células do câncer.

Nesse sentido, a imunoterapia representa atualmente uma grande revolução no tratamento do câncer. Além de promover qualidade de vida ao indivíduo acometido pela doença, o foco é direcionado para destruir o tumor e fazê-lo diminuir de tamanho.

Contudo, esse estímulo ao sistema imunológico nem sempre é fácil e eficaz. Para algumas pessoas, o tratamento, às vezes, não funciona. Porém, quando ele consegue atingir o objetivo, as respostas são duradouras. A partir daí, o sistema passa a ter uma “memória” imunológica contra o tumor.

E como esta terapia funciona afinal?

Imunoterapia: como funciona?

Antes de mais nada, para entender a imunoterapia, é interessante lembrar como o câncer funciona dentro do organismo.

O corpo, naturalmente, produz células, que se desenvolvem, multiplicam e morrem de forma ordenada. Quando isso não acontece, ou seja, ela passa a crescer descontroladamente e não morre na mesma medida, temos a formação de um tumor. Contudo, esse tumores podem ser malignos ou benignos. Vai depender do local que estão crescendo e se vão ou não atingir outros órgãos.

Dessa forma, é o comportamento do tumor que indicará qual tratamento será necessário. Isto porque, cada tipo de câncer pode responder de forma diferente a um tratamento.

Ainda assim, alguns tipos de câncer têm a habilidade de driblar o sistema imunológico, camuflando o crescimento e dando a falsa ideia ao corpo de que tudo está bem. Ou seja, ele inibe os alertas de corpo que tem o papel de dizer que algo não está bem.

Assim, o tratamento com a imunoterapia coloca ferramentas à disposição para o sistema enxergar essas células e combatê-las. Isto tudo, por meio de medicamentos orais ou injetáveis. Dessa forma, estas medicações provocam um aumento da resposta imune, estimulando a produção de agentes (linfócitos) para que eles passem a reconhecer o tumor como algo estranho.

Tipos de imunoterapia

Atualmente, existem quatro tipos de imunoterapia para tratamento do câncer. Veja abaixo quais são elas.

Imunoterapias não específicas

São medicamentos que estimulam o sistema imune contra as células do câncer. Contudo, esse estímulo é mais geral, não tão específico. Dessa forma, são utilizadas em pacientes com:

  • Câncer renal;
  • Leucemia mielóide crônica
  • Linfoma folicular
  • Melanoma
  • Câncer de rim metastático.

Anticorpos Monoclonais

Neste tipo, são desenvolvidas células de defesa humana e laboratório, com objetivo de atacar partes específicas da célula tumoral. Comum em pacientes com:

  • Câncer de mama;
  • Leucemia linfoide aguda;
  • Linfoma células B;
  • Leucemia linfoide crônica;
  • Linfoma de Hodgkin;
  • Linfoma anaplástico.

Inibidores dos checkpoints imunes

Em suma, este tipo de medicamento tem o objetivo de “frear” o sistema imune. Em outras palavras, ele ajuda a reconhecer e atacar as células do câncer. Assim, utiliza-se no tratamento de pacientes com:

  • Câncer de cabeça e pescoço;
  • Câncer renal;
  • Linfoma de Hodgkin;
  • Melanoma;
  • Câncer de bexiga.

Vacinas contra o câncer

Neste tipo, retira-se algumas células tumorais para serem mudadas em laboratório, diminuindo sua agressividade. Logo após, devolve-se ao paciente com o intuito de estimular o sistema imune a combater o câncer.

Nesse sentido, sua utilização se dá na prevenção de tumores relacionados a infecção do HPV (Papiloma Vírus Humano), como câncer do colo de útero; garganta, pênis e anal.

Analogamente, é utilizado na prevenção do câncer de fígado e infecção pelo vírus da hepatite B:

  • Melanomas;
  • Câncer Renal;
  • Linfomas;
  • Câncer de pâncreas;
  • Câncer de mama;
  • Glioblastoma
  • Câncer de pulmão;

Afinal, com tantos tipos de imunoterapias, há algum efeito no uso desses medicamentos?

Efeitos Colaterais no uso da imunoterapia

Antes de mais nada, para cada tipo de imunoterapia anteriormente citada, existem alguns efeitos colaterais. Porém, vale a pena salientar que, em geral, a imunoterapia é melhor tolerada do que a quimioterapia.

Dessa forma, listamos o tipo e alguns dos efeitos colaterais.

  • Anticorpos monoclonais: Pacientes costumam apresentar calafrios, pressão baixa, fraqueza e febre.
  • Inibidores dos checkpoints imunes: Neste tipo, coceira, fadiga, perda de apetite, náuseas e lesões na pele são comuns.
  • Imunoterapias não específicas: Baixa contagem de glóbulos brancos do sangue é o principal. Contudo, apresenta também febre, lesões na pele e perda de apetite.

Existe ainda algum tempo certo para o tratamento com imunoterapia?

Tempo de tratamento

Analogamente a muitos outros tratamentos, o tempo de tratamento dependerá da eficácia que os medicamentos estão mostrando no combate do câncer. Além disso, dependerá também da tolerância do indivíduo ao tratamento.

Nas pesquisas e estudos realizados, o tratamento costuma durar até dois anos. Contudo, um tempo exato para começo e fim do tratamento ainda não foi estabelecido.

Além disso, há outros fatores.

Atualmente, a imunoterapia pode ser considerada um tratamento experimental. Isto deve-se ao fato que a maioria das drogas ainda estão em fase de pesquisa, e outras passando por processo de aprovação.

Porém, muitos deles já estão aprovados pelas principais agências reguladoras. Logo, subiram do patamar de experimental para tratamentos eficazes no tratamento de determinados tipos de câncer.

Surge também, outra dúvida. Há riscos de usar a imunoterapia como forma de tratamento?

Riscos de usar a imunoterapia

Em suma, são dois: o tratamento ser ineficaz e o indivíduo experimentar efeitos colaterais fortes. Assim, o tratamento é inviabilizado.

Contudo, não são fortes o suficiente para trazer riscos de vida ao paciente!

Entendeu como funciona esse tratamento? Quaisquer outras dúvidas, entre em contato com a gente! Agende sua consulta!

Artigo escrito pelo Dr. Marcelo Cruz

Oncologista especialista em câncer de mama, pulmão, ovário, cólon e pâncreas.


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