O que faz um cirurgião oncológico
Postado em: 19/04/2021
A oncologia é a especialidade médica que estuda e trata todos os tipos de cânceres, inclusive numa abordagem etiológica (origem e causas) e de desenvolvimento. Dependendo do estágio do tumor e da saúde do paciente, o principal tratamento para a grande maioria dos cânceres sólidos é a cirurgia oncológica.
Segundo a OMS, 59% dos casos da doença em estágio inicial têm a indicação da cirurgia como único procedimento necessário para o tratamento. Daí a importância também do diagnóstico precoce. E cerca de 80% dos pacientes oncológicos irão precisar da cirurgia em alguma etapa do tratamento e, em alguns casos, mais de uma vez.
Como indica o próprio nome, o cirurgião oncológico é o profissional responsável por operar os pacientes com câncer, seja para a retirada de tumores, avaliar o seu estágio e andamento ou realizar tratamentos paliativos, como também os pacientes com suspeita da doença, para fins de diagnóstico por meio de biópsia.
Para ser um cirurgião oncológico no Brasil, após a graduação em Medicina, no mínimo, são necessários mais cinco anos de residência médica, sendo dois anos em cirurgia geral e mais três em cirurgia oncológica. Então, com a aprovação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), é emitido o título de especialista em Cirurgia Oncológica.
Atuações do cirurgião oncológico
A rotina desse especialista é bastante movimentada, envolvendo atendimentos diários de muitos pacientes com os mais variados tipos de câncer em diversas regiões do corpo, como:
- Mama;
- Pulmão;
- Pele;
- No aparelho digestivo;
- Ginecológico;
- E outros.
Antes do procedimento cirúrgico, esse profissional também faz uma avaliação prévia dos exames do paciente e do seu quadro clínico, para que, juntos, possam estabelecer um planejamento de ações a serem executadas até o momento da cirurgia.
As cirurgias oncológicas podem ter complexidades diferentes, a depender do caso, e são realizadas de forma que se propicie um bom prognóstico. Normalmente, com a retirada do tumor, também há a remoção dos gânglios linfáticos e de tecidos do órgão de origem do câncer, evitando uma recidiva ou o espalhamento da doença.
Em seguida, o especialista também avalia o estado e a recuperação dos pacientes operados, os curativos e a cicatrização, além de solicitar novos exames para o acompanhamento do quadro.
Além dos procedimentos cirúrgicos com intenção curativa, o cirurgião oncológico também realiza tratamentos paliativos, quando não há possibilidades de cura. Nesse caso, a terapia é focada em aliviar os sintomas do paciente por conta da presença do tumor, que pode comprimir nervos e vasos sanguíneos, causar dor ou obstrução do trânsito intestinal, ou devido a uma metástase.
Tipos de cirurgias oncológicas e indicações
O cirurgião oncológico é habilitado a tratar neoplasias benignas e malignas e atua juntamente com outras especialidades, como:
- Oncologia clínica;
- Radiologia;
- Radiologia intervencionista;
- Medicina nuclear;
- Endoscopia digestiva.
Esses profissionais formam uma equipe especializada em oncologia cirúrgica, que decide em conjunto os melhores procedimentos a serem adotados no tratamento de cada paciente.
Existem outros tipos de cirurgias oncológicas, além da curativa e paliativa, que fazem parte do campo de atuação do cirurgião oncológico, são eles:
Biópsia
Esse procedimento consiste na retirada de uma amostra do tumor para que seja analisada em laboratório e, então, identificado como benigno ou maligno, o seu tipo, estágio e outras características.
Existem diversos tipos de biópsia, como a biópsia de aspiração por agulha fina, biópsia por agulha grossa, biópsia cirúrgica, e outras, que podem ser adotadas de acordo com as especificidades do tumor e o perfil do paciente.
Estadiamento
Essa cirurgia é realizada com o propósito de determinar o estágio em que a doença se encontra e o seu grau de avanço. Para isso, além da coleta de tecido para a biópsia, é feita uma avaliação na área ao redor da região afetada.
Cirurgia Parcial
Geralmente, é indicada para os casos em que uma retirada total do tumor representa um alto risco a outros órgãos do paciente. Então, a cirurgia oncológica parcial visa remover a maior parte possível do tumor, preservando os outros órgãos, e normalmente demanda outros métodos para complementar o tratamento, como quimioterapia, radioterapia ou outros.
Cirurgia de Suporte
Possibilita acesso aos pacientes que podem contar com outras opções de tratamento. Por exemplo, quando o paciente será submetido a sessões de quimioterapia recorrentes, nesse caso, a cirurgia de suporte consistiria na colocação de um cateter para otimizar o processo.
Cirurgia de Reconstrução
Esse procedimento é feito para reparar os danos estéticos ou funcionais de alguma parte do corpo que tenha sofrido uma modificação, normalmente, por conta das cirurgias curativa ou parcial.
Um dos exemplos mais conhecidos é a reconstrução da mama, após uma cirurgia conservadora ou mastectomia. A cirurgia de reconstrução também pode ser realizada para recuperar a função de algum órgão ou parte do corpo.
Cirurgia Preventiva
Também chamada de cirurgia oncológica profilática, se trata da remoção de um tecido que apresenta grandes chances de desenvolver um câncer, com o intuito de prevenção e redução de risco.
Dependendo do grau de risco, pode ser necessária a retirada de um órgão inteiro, ainda que não haja sinais de surgimento da doença. Vale ressaltar que esse procedimento não garante a omissão total de um possível tumor, mas é importante ter em mente que uma cirurgia oncológica desse tipo só é recomendada quando o paciente pode se beneficiar com a sua cura ou a melhora da sua qualidade de vida.