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Pessoas que tiveram câncer são grupo de risco para Covid-19?

Postado em: 30/03/2021

São bastante comuns entre os pacientes oncológicos e pessoas que já enfrentaram o câncer em algum momento da vida algumas dúvidas relacionadas aos riscos de complicações pelo coronavírus.Essa preocupação se dá, principalmente, devido à questão da imunidade. 

Mas será que as pessoas que já se curaram do câncer fazem parte do grupo de risco para a Covid-19? E quem ainda está enfrentando a doença? Antes de abordarmos especificamente esse assunto, entenda a ação desse vírus no corpo e como funciona a resposta do sistema imunológico. 

Como o coronavírus age no organismo?

Assim que o vírus entra em contato com o sistema respiratório, ele passa a se multiplicar nessa fase inicial, que é chamada de pré-sintomática ou de incubação. E, apesar de ser um estágio em que o indivíduo infectado ainda não sente os sintomas, ele já é capaz de contaminar e transmitir o vírus para outras pessoas. 

A transmissão pode acontecer de forma direta, no contato ou proximidade com outras pessoas, ou indireta, ao tocar superfícies ou objetos contaminados, e se dá a partir de gotículas de secreção que podem ser eliminadas principalmente por meio da fala, tosse e espirro. 

Com o tempo, o vírus se espalha, e o corpo começa a reagir. Então, esse é o momento que os primeiros sintomas – bastante semelhantes a um resfriado comum – aparecem, e normalmente são:

  • Dor de garganta;
  • Tosse;
  • Coriza;
  • Febre.

Pode acontecer de algumas pessoas não desenvolverem sintoma algum nessa fase, que são os casos chamados assintomáticos, mas que, ainda assim, também podem ser transmissores da Covid-19.

Vale ressaltar que, na maioria das vezes, o sistema imune consegue combater esse vírus, fazendo com que os sintomas sejam leves e a recuperação aconteça em poucos dias. Porém, em outros casos, os sintomas podem ser severos, em especial nos indivíduos que se encontram no grupo de risco, aumentando o risco de morte.

 E a participação do sistema imune?

Ao sermos infectados, o sistema imunológico entra em ação,como forma de proteger o nosso corpo contra vírus, bactérias e fungos. 

Entretanto, algumas vezes, essa ação de defesa pode acontecer de forma descontrolada, ocorrendo um ataque a vários órgãos do próprio corpo, o que desencadeia em sintomas graves, podendo ser fatal. 

Portanto, o modo com que a imunidade reage a essa invasão influencia diretamente na gravidade do quadro.

 Afinal, quem teve câncer é do grupo de risco?

Essa é uma das dúvidas mais frequentes. Se você já teve câncer, e atualmente está apenas na fase de seguimento, não existe um risco elevado em relação à contaminação por coronavírus. Mas é importante se atentar a outros fatores, não ligados ao câncer, mas que podem enquadrá-lo no grupo de risco, como:

  • Idade superior a 60 anos;
  • Histórico com tabagismo;
  • Pressão alta;
  • Diabetes;
  • Coronariopatias / Cardiopatias;
  • Doenças crônicas pulmonares;
  • Dentre outras comorbidades.

Por outro lado, pacientes oncológicos que estão imunossuprimidos devem ter uma atenção especial na prevenção do coronavírus, uma vez que apresentam maior risco de complicações e, portanto, fazem parte do grupo de risco.

E quem acabou de terminar um tratamento imunossupressor, a partir de que momento é possível recuperar a imunidade e ser considerado fora do grupo de risco para a Covid-19?

A verdade é que, até o momento, não existem dados concretos sobre essa relação. Mas há uma estatística de que alguns quimioterápicos têm um impacto na imunidade de modo prolongado. Ou seja, o fato de as sessões de quimioterapia terem se encerrado não significa que o paciente não esteja mais no grupo de risco.

Além disso, vale ressaltar que cada tipo de quimioterapia tem um efeito diferente no sistema imunológico, e para um paciente que tenha terminado o tratamento há 10 anos, por exemplo, pode-se afirmar que o risco é muito menor.

O que se pode levar em consideração, nesse momento, são os dados indiretos das pessoas que se vacinam depois de um tratamento. No geral, as vacinas começam a funcionar após 3 a 6 meses a partir do término da quimioterapia. Então, esse é o período médio para que uma pessoa não seja mais considerada do grupo de risco, ao levar em conta essa informação. 

Já os pacientes que estão fazendo o uso de inibidores hormonais, que são medicamentos que manipulam os hormônios, como Tamoxifeno, Anastrozol, Goserelina, etc., não costumam ter baixa de imunidade e, portanto, também são considerados fora do grupo de risco. 

Preciso desmarcar a consulta de rotina ou exames de seguimento? 

Depende muito. Fale com o seu oncologista clínico sobre a necessidade e urgência desses exames, que são extremamente importantes para fazer uma detecção precoce de câncer e para a prevenção de recorrência da doença. 

Nunca desmarque sem falar com o seu médico. Aliás, você pode entrar em contato com a equipe para perguntar sobre a possibilidade de uma consulta por telemedicina, um serviço que se encontra disponível em alguns hospitais, clínicas e consultórios. 

E, por fim, tenha em mente que, se enquadrando ou não no grupo de risco, é imprescindível tomar todas as medidas pertinentes de prevenção contra a infecção do coronavírus nesse momento. 

Tem mais dúvidas sobre esse assunto? Agende uma consulta e converse com um especialista.

Artigo escrito pelo Dr. Marcelo Cruz

Oncologista especialista em câncer de mama, pulmão, ovário, cólon e pâncreas.


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