Quais os primeiros sintomas de câncer de pâncreas?
Postado em: 31/05/2021
Por conta do diagnóstico tardio e a consequente limitação das opções de tratamento, atualmente, apenas um em cada dez indivíduos com câncer de pâncreas sobrevive mais do que cinco anos.
E um dos principais motivos que dificultam o diagnóstico é que, muitas vezes, essa doença não apresenta sintomas na fase inicial ou, quando surgem, são bastante leves. Quando esses sinais se mostram mais intensos, ou quando aparecem outros sintomas, geralmente já se trata de um grau mais avançado.
Segundo dados do INCA, no Brasil, o câncer de pâncreas representa cerca de 2% dentre todos os tipos de cânceres diagnosticados, com uma expectativa de vida reduzida e alta taxa de mortalidade, tanto pela demora na detecção da doença quanto pelo seu comportamento agressivo.
É mais comum em pacientes do sexo masculino e com mais de 60 anos, sendo raro em jovens com menos de 30 anos.
Dentre as principais causas para o surgimento do câncer de pâncreas está o cigarro, em primeiro lugar, uma vez que o fumante tem até três vezes mais chances de desenvolver a doença, em relação aos que não fumam. Além disso, são considerados fatores de risco:
- Abuso de bebidas alcoólicas;
- Consumo em excesso de gorduras;
- Exposição a produtos químicos por longo período (como solventes e petróleo);
- Pacientes com pancreatite crônica;
- Pacientes com diabetes mellitus tipo 2;
- Pacientes submetidos a cirurgias de úlcera no estômago ou duodeno, ou ainda retirada da vesícula biliar;
- Histórico familiar de câncer.
Primeiros sintomas e sinais do câncer de pâncreas
Ainda que muitas vezes os sintomas não apareçam no início da doença, existem alguns sinais específicos que, quando surgem, são mais perceptíveis, como:
- Indigestão;
- Perda de apetite e do peso corporal;
- Cansaço;
- Fraqueza;
- Tontura;
- Náuseas e vômitos (se o tumor estiver pressionando o estômago);
- Diarreia;
- Dores no abdômen e nas costas (por compressão de órgãos vizinhos);
- Quadro repentino de diabetes;
- Aumento da vesícula biliar ou do fígado (às vezes, pode ser palpado pelo médico no exame físico ou visualizado em exames de imagem).
Entretanto, dependendo da localização do tumor, os sintomas podem ser diferentes, como quando ele atinge a cabeça do pâncreas e provoca a icterícia, uma doença que é caracterizada por deixar a pele e os olhos amarelados. Mas, além desses sintomas, a icterícia também pode se manifestar por meio de:
- Urina escura;
- Fezes de cor clara ou oleosa;
- Coceira na pele.
Vale ressaltar que o fato de ter um ou mais dos sintomas citados não significa necessariamente que se trata de um câncer de pâncreas. Aliás, grande parte desses sinais é bastante comum em muitas outras condições clínicas.
Mas também é importante saber que, com o intuito de excluir a possibilidade de se tratar de um quadro mais grave, quando surge algum desses sintomas, deve-se investigar o quanto antes buscando a ajuda de um especialista.
Como é feito o diagnóstico e tratamento?
Para o diagnóstico, são levantados os sinais e sintomas do paciente na consulta e solicitados exames de laboratório, como fezes, urina e sangue (principalmente para a medição de uma determinada proteína), e de imagem, como ultrassonografia abdominal, tomografia computadorizada, ressonância nuclear das vias biliares e da região do pâncreas, além da colangiopancreatografia retrógrada endoscópica do pâncreas (CPRE).
Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma biópsia do tecido do órgão para concluir o diagnóstico.
O tratamento do câncer de pâncreas considera, sempre que possível, o procedimento cirúrgico para a retirada total do tumor.
E, nos casos em que já há metástase para outros órgãos, a operação pode ser realizada com o intuito de diminuir os sintomas causados pela doença, que prejudicam a qualidade de vida do paciente. Também pode-se optar pela colocação de endopróteses, enquanto um tratamento paliativo.
A quimioterapia pode ser adotada em conjunto com a radioterapia e atua na prevenção de uma possível recidiva do tumor, controle do quadro ou alívio dos sintomas.
O câncer de pâncreas se trata de uma doença grave e o sucesso do tratamento tem uma relação direta com o tempo em que se leva para ter o diagnóstico, que deve ser traçado o quanto antes.
Existem algumas medidas gerais de prevenção da doença que podem ser tomadas, como não fumar, também não se expor ao tabaco de forma passiva, e evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que são as causas mais importantes para o desenvolvimento desse tipo de câncer, além de manter uma alimentação balanceada e um estilo de vida saudável.
Esses cuidados também evitam um quadro de sobrepeso e obesidade, fatores de risco para a diabetes que, por sua vez, aumenta o risco para o câncer de pâncreas.
Já os portadores de outros fatores de risco, como diabetes, pancreatite crônica e com histórico familiar, além de pacientes que foram submetidos a cirurgia de estômago, vesícula ou duodeno, precisam manter o acompanhamento médico periodicamente.
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