Quando iniciar o rastreamento de câncer de mama?
Postado em: 10/07/2023
O rastreamento regular é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, aumentando as chances de sucesso no tratamento. Descubra as diretrizes atualizadas para a detecção precoce da doença e saiba quando iniciar o rastreamento de câncer de mama. Não deixe de ler!
Exames de rastreamento
O objetivo dos exames de rastreamento para câncer de mama é diagnosticá-lo antes que provoque quaisquer sintomas. O rastreamento se refere à realização de testes para diagnosticar a patologia em pessoas assintomáticas.
Em geral, os tumores de mama diagnosticados durante os esses exames são menores e estão confinados à mama. O tamanho de um tumor na mama e se está disseminado são alguns dos fatores mais importantes no prognóstico da doença.
Recomendações de rastreamento para mulheres com risco médio para câncer de mama
Para fins de rastreamento, considera-se uma mulher com risco médio para câncer de mama se não tiver histórico familiar ou mutação genética conhecida (como BRCA) e não fez radioterapia prévia na região torácica antes dos 30 anos.
- As mulheres a partir dos 40 de idade devem iniciar o rastreamento com uma mamografia anual (recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia e da USPSTF – United States Preventive Service Task Force)
- As mulheres com 50 anos ou mais devem fazer uma mamografia a cada 2 anos ou optar por continuar a fazer as mamografias anuais. O rastreamento deve continuar enquanto a mulher estiver com um bom estado geral de saúde e por pelo menos 10 anos.
Os exames clínicos de mama, exclusivamente, não são indicados para o rastreamento do câncer de mama entre mulheres com risco médio de qualquer idade.
Recomendações de rastreamento para mulheres com alto risco para câncer de mama
As mulheres que têm um alto risco em desenvolver câncer de mama com base em determinados fatores, devem fazer ressonância magnética e mamografia anualmente. Isso inclui mulheres que:
- Têm risco de câncer de mama durante a vida entre 20% a 25%, de acordo com ferramentas de avaliação de risco baseadas no histórico familiar.
- Possuem uma mutação no gene BRCA1 ou BRCA2. *
- Têm parente de primeiro grau (pai, mãe, irmã ou filho) com uma mutação do gene BRCA1 ou BRCA2. *
- Fizeram radioterapia prévia na região torácica entre os 10 e 30 anos.
- São portadoras de síndrome de Li-Fraumeni, síndrome de Cowden ou síndrome de Bannayan-Riley-Ruvalcaba ou parentes de primeiro grau com uma dessas síndromes.
*Existem outros genes de risco para câncer de mama, onde a decisão de rastreamento é individualizada de acordo com o tipo de mutação e casos de câncer na família
Embora a ressonância seja melhor para diagnosticar o câncer de mama, ainda existem alguns tipos de câncer de mama que só a mamografia detecta.
A maioria das mulheres com alto risco deve começar o rastreamento com ressonância magnética e mamografias aos 30 anos e continuar enquanto tiverem um bom estado de saúde.
O que é mamografia?
A mamografia é um exame radiológico, como um raio-X, para a visualização do tecido interno da mama, essencial para o diagnóstico de um tumor mamário.
Ela consegue detectar nódulos nos seios antes mesmo de serem palpáveis. Para confirmar o diagnóstico, normalmente, é necessário fazer uma biópsia, que mostra se o tumor é benigno ou maligno.
Durante o exame, a mama é posicionada entre as duas placas do mamógrafo, que emite raios-X para gerar as imagens.
Como há a necessidade de se comprimir a mama para garantir uma boa qualidade, o exame pode ser um pouco desconfortável, sobretudo se for feito logo antes do período menstrual – pense nisso na hora de agendar a mamografia.
Qual é a idade recomendada para fazer a mamografia?
A mamografia, como forma de rastreamento do câncer, é indicada anualmente para mulheres acima dos 40 anos, como recomendação da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). O Ministério da Saúde recomenda a cada dois anos entre os 50 e 69 anos.
Abaixo dos 40 anos, a mamografia pode ser indicada para mulheres com suspeita de síndromes hereditárias ou para complementar o diagnóstico, em caso de nódulos palpáveis e se o médico determinar essa necessidade.
Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês São Paulo, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.
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