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A relação entre o tabaco e o câncer de pulmão

Postado em: 23/11/2023

O Câncer de Pulmão está entre os mais prevalentes no mundo, ocupando a primeira posição entre os homens e a terceira entre as mulheres. Só no Brasil, estima-se 18.020 casos novos no público masculino e 14.540 no público feminino a cada ano no período de 2023 a 2025.

Os principais responsáveis por esse quadro, sem dúvida, são o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco. Eles representam os fatores de maior risco no desenvolvimento dessa doença, que, felizmente, podem e devem ser evitados. Neste texto, você poderá conhecer melhor o câncer de pulmão, a relação que o hábito de fumar mantém com essa neoplasia e as alternativas mais eficazes para prevenir um possível tumor.

A relação entre o tabaco e o câncer de pulmão

Tabagismo e o câncer de pulmão

Nem todas as pessoas que fumam desenvolverão câncer de pulmão, mas fumar aumenta significativamente suas probabilidades. Pessoas que fumam têm de 15 a 30 vezes mais chances de desenvolver este tipo de tumor do que os não fumantes. Quanto mais tempo você fuma e com mais frequência, maior será o risco. 

Aqui estão alguns fatos importantes sobre o câncer e o tabagismo:

  • O tabagismo é a principal causa de doenças evitáveis, incapacidades e mortes no mundo. 
  • A fumaça do cigarro contém um total de 5.315 substâncias (cerca de 4,7 mil nocivas). Esse número pode chegar a 8.622 se considerarmos também os compostos presentes na folha do tabaco e os aditivos industriais. Estes são adicionados artificialmente para melhorar diversos aspectos do cigarro, como sabor, aroma mentolados, redução da irritação (tornando a fumaça mais palatável) e potencializar os efeitos da nicotina.
  • A nicotina é considerada a substância mais letal do cigarro, uma vez que é responsável pela dependência química.  
  • Estima-se que cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão possam ser atribuídos ao tabagismo.
  • Pessoas que deixam de fumar reduzem o risco de desenvolver câncer de pulmão em 30 a 50% após 10 anos de abstinência, em comparação com aquelas que continuam a fumar.

Como o tabagismo aumenta o risco de câncer de pulmão?

Quando você respira a fumaça do tabaco, milhares de substâncias químicas entram nos seus pulmões. Muitas dessas substâncias têm o potencial de danificar o DNA das células do seu pulmão.

Seu corpo trabalhará para reparar os danos causados por essas substâncias, mas com o tempo, o tabagismo pode causar mais danos do que seu corpo consegue curar. Eventualmente, isso pode levar à formação de células cancerígenas.

Inalar a fumaça do tabaco também pode danificar os pequenos sacos de ar chamados alvéolos em seus pulmões. Eles transportam oxigênio para o sangue e eliminam o dióxido de carbono quando você expira.

Com o tempo, os danos aos alvéolos dos pulmões podem levar à doença pulmonar obstrutiva crônica.

O fumo passivo pode aumentar o risco de câncer de pulmão?

Nas últimas décadas, várias medidas foram tomadas para proibir o fumo em ambientes fechados em todo o mundo. Ainda assim, de acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), o fumo é responsável por 71% das mortes por câncer de pulmão, 42% das doenças respiratórias crônicas e cerca de 10% das doenças cardiovasculares.

O tabagismo ativo causa mais de 7 milhões de mortes por ano no mundo, e cerca de 1,2 milhão de óbitos são atribuídos à exposição de não fumantes ao fumo passivo. Isso ocorre quando indivíduos que convivem com fumantes em diferentes ambientes inalam a fumaça proveniente dos produtos de tabaco, respirando as mesmas substâncias tóxicas inaladas pelo fumante. 

Uma revisão de estudos realizada em 2018 revelou que a exposição ao fumo passivo aumenta o risco de câncer em não fumantes, especialmente o risco de desenvolver câncer de pulmão e mama em mulheres.

Prevenção

Justamente por não apresentar sintomas específicos ou característicos em suas fases iniciais, é necessário estar atento e manter uma atitude proativa para não se expor ao principal fator de risco, que é o consumo de tabaco, seja na forma de cigarro, cachimbo, charuto, narguilé ou cigarro eletrônico. Além disso, manter exames regulares, adotar hábitos saudáveis como uma alimentação equilibrada, atividade física, sono adequado e lazer também é aconselhável.

Dr. Marcelo Cruz é médico pela UNICAMP, oncologista clínico dos Oncologistas Associados, Fellow do Programa de Desenvolvimento de Novas Terapias (Developmental Therapeutics Program), Mestre em Pesquisa Clínica pela Feinberg School of Medicine Northwestern University, Chicago – EUA.

Leia também:

Avanços no tratamento do Câncer de Pulmão (European Society for Medical Oncology 2023)


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